Coletânea ROCK GAÚCHO 2020

O Tema deste ano foi o Parque da Redenção | Montagem sobre foto de Fly Tour Imagens Aéreas ©2016

mas lá por 2020 a Marchinha seria revisitada e viraria Hit Nacional...

O Ano de 2020 por si só já era emblemático para os fãs do Rock Gaúcho. Por volta de 2020 enfim as previsões de Flávio Basso se concretizariam. A Marchinha ia ser revisitada e finalmente ia ganhar o topo das paradas musicais no país. O que ele não previu é que, ele mesmo não seria capaz de revisitar seu grande hit, pelo mero fato de não se fazer mais presente neste plano. O que ele também não previu é que muita gente admirava ele e seu trabalho. Lá em janeiro ainda, no Bar Ocidente, Júpiter Maçã foi revisitado. No evento, amigos que acompanharam Flávio em diversos momentos da carreira celebraram seus 52 anos, nomes como Tatá Aeroplano, Julio Cascaes, Felipe Faraco, Maurício Chaise, Pedro Petracco, Lucas Hanke, se juntaram a Julia Barth, Carlinhos Carneiro e Lucio Brancato numa verdadeira "ode" a sua vida e obra. Mas não parou aí. Em fevereiro, lá do planalto médio, a banda Los Marias convocou o psicodélico Irmão Victor, Marco Antônio Benvegnù, para apresentar uma versão revisitada da Marchinha e em abril (quando o mundo que conhecíamos não era mais o mesmo), Giovanni Caruso transformava em música da Escambau, um sonho maluco que teve com Flávio, brilhantemente ilustrado por Fábio Vermelho!

Achamos que o ano seria inteiro de homenagens e revisitações do trabalho de Flávio. Nos enganamos. Mais uma vez. Nada que não fosse previsível. É muito comum enganar-se. Os enganos fazem parte de nossa vida. Até chamaram de mito o que elegeram para governar o país e esse talvez tenha sido o maior engano dos brasileiros. Enganos a parte, o ano de 2020 foi marcado mesmo é pela pandemia de uma doença, que até agora é negada pelo engano que governa esse país. Pois é! O trabalho de todos os artistas gaúchos foi afetado e a forma como se produziu música durante o ano de 2020 foi toda pautada sobre o isolamento social. É nítida a diferença dos trabalhos produzidos antes e depois de abril. A coletânea Rock Gaúcho 2020 precisou de muita calma e ouvidos afiados para ser produzida! Para não nos enganarmos, decidimos selecionar somente músicas que refletissem esse tema. O que nos enganou é que o ano também era de Flávio Basso. Mas havia trabalhos sensacionais produzidos pré-quarentena que não podiam ficar de fora. Esperamos não ter nos enganado nessa.

Como sempre batemos na tecla de que Escambau, apesar de ser uma banda curitibana, é "Rock Gaúcho sim senhor!!", e o sonho de Giovanni, que virou música, abre a nossa coletânea. Assim Viagem astral com Júpiter Maçã abre os trabalhos para a chegada da Dança das Almas do GROSS, em total clima Hare Krishna e EROSS encerra a trilogia de abertura com a psicodélica Legado. Dos trabalhos lançados pré-pandemia, não podiam ficar de fora a também psicodélica Despertar do Rod Krieger; Boné vermelho, fruto do trabalho conceitual de Thedy Corrêa, O Apanhador, composto para a trilha sonora do espetáculo dirigido por Zé Adão Barbosa ainda em 2013; Coração de Búfalo, tema do espetáculo de mesmo nome, apresentado no início do ano por Carlinhos Carneiro e sua trupe é tão viciante e empolgante que nem parece que foi lançada em 2020; Dança é fruto de um longo trabalho desenvolvido pela Bordines, engavetado e lançado em 2020, marcando uma despedida. Sim a Bordines lançou seu disco e encerrou as suas atividades. A cantora Nina Rouge brilhantemente emprestou sua força vocal para deixar Dança ainda mais poderosa! Wander Wildner também entrou na coletânea com uma canção tão linda e dolorida, Coração em Pólvora nem parece que foi lançada em janeiro, parece mesmo que veio do futuro não tão distante. Outra que segue o mesmo conceito é Sentado, sozinho, olhando do Beto Stone. Como pode esses caras terem acertado tanto, sem saber...

O restante da coletânea é todo pautado nas experiências musicas trazidas pela pandemia. Muitas músicas foram gravadas a distância, com os músicos tocando em suas casas. Algumas até com a participação dos fãs, como a versão da quarentena de Não conserve a dor da Black Bell Tone, num baita feat. vocal com Rodrigo Fischmann (Dingo Bells) e que teve coro dos amigos e fãs da banda que enviaram seus vídeos cantando o lá lá iá lá iá. Entre janelas que narra a angústia e a solidão da Blues da Casa Torta; Desafogo, da Cuscobayo que é um alento em meio ao caos mental causado pelo isolamento: "a arte vai salvar o mundo..."; Quando isso passar é o desejo à flor da pele de DNZL Cardoso e o seu Tesão Coletivo; Deluce (sem cartola), prenuncia que A vida já vem tarde; Nenung se junta a Juliano Pereira e Luciano Albo para falar sobre as redes sociais com Fé no Algoritmo. Aliás, algoritmo também é tema da música Ritmo do Algoritmo da Baby Budas, numa crítica ao atendimento robotizado das empresas: "caiu em cilada quando a conta do cartão extrapolou...". Há os que também haviam se cansado dessa história de isolamento, como os Fantomáticos em Passado Moderno, "eu ando muito ansioso, melancólico e rancoroso..." e Os Torto em Estamos Juntos: "tenho estado exausto..."; Yanto Laitano, não entrou na onda de quem raspou a cabeça durante a pandemia, e Não vou cortar meu cabelo é o seu recado direto!

Los 3 Plantados (agora siiimmmmmm!!) pediram e praticamente imploraram para ninguém soltar a mão de ninguém. E nem é colocando ninguém em risco, é pra gente se juntar e cuidar dos que são de verdade! A Dingo Bells apostou em versões acústicas de seus hits e nos apresentou a inédita Antes de Dormir. As versões acústicas, aliás, foram opções encontradas por vários artistas para registrar músicas durante o ano, como já citado anteriormente Wander Wildner, agora Alexandre Kumpinski também apresenta Neve Firme assim. Quem não acompanhou pelo menos uma live dos artistas que gosta? Alemão Ronaldo, Frank Jorge, Fabrício Beck e Charles Master, são apenas alguns exemplos dos que religiosamente faziam pelo menos uma live por semana. 

Num ano tão difícil, engana-se quem pensou que não teríamos surpresas também. É o caso de O Santo e O Louco, primeira inédita d'Os The Darma Lovers em anos... Gaby Ferreira & Banda Polainas gravaram pela primeira vez uma música em estúdio, a escolhida: uma versão para Rewind do camaleão Edu K! Velha Atriz é uma volta triunfal da Garota Verde, mais madura e também gravada a distância. Para os que acharam que jamais ouviriam o potente vocal de Jus Nino, depois do anúncio do fim da Blackbirs, Kids For Nothing é sua nova banda. Formada por amigos que o acompanharam nos últimos anos, vai explorar sonoridades das influências musicais dos integrantes. Provérbio Chinês é o primeiro single e está em destaque em nossa coletânea. Da nova safra do Rock Gaúcho, Quem é Você Alice? com Eu copiei essa música e Bella e o Olmo da Bruxa com Tu me trocou por um cara que usa sapatênis, já rolavam no circuito alternativo de Poa e queríamos apresentar aos nossos mais ávidos ouvintes a impressionante qualidade musical da gurizada! Para os mais saudosistas, o Andrio Maquenzi estreou sua carreira solo com o álbum Contracorrente e Aqui é puro Superguidis, pra quem estava com saudades, deu pra lembrar de alguns bons momentos escutando essa coisa linda!

Em pouco tempo os Acústicos e Valvulados revisitaram um de seus hits e de quebra chamaram o Alemão Ronaldo pra completar essa chalaça! Beto Bruno está surpreendendo a todos com um trabalho autoral cheio de estilo, com canções que remetem ao seu jeito de ser, acompanhado de um time de peso por trás disso, em Eu só quero cantar junto no refrão, dá uma pequena mostra de como será o seu segundo álbum solo, que tem previsão de sair agora em 2021. Dentro do aquário, da Izmália é tão viciante que ouvimos dizer por aí que automaticamente a música já vem programada pra tocar no repeat! Pedro Petracco lançou o som autoral chamado Espaço-Vídeo e não temos como classificar essa música, orgulho do pai Márcio, ehehe! A Hard Blues Trio se reuniu pouquíssimas vezes e em uma dessas reuniões gravaram Escuta esse rock, parabéns aos amigos Juliano, Dani e Alexandre, é nítida a evolução do trio, ano após ano. É dessas bandas que a gente não se contenta que não seja conhecida nacionalmente!! 

Fecham o time de peso desta coletânea, a Tequila Baby, com Não tenha medo; o novo som de João Carneiro com seu Projeto Shaun, e a música Babylon (Porcos & Diamantes); a Celeste com Luz; lá da Serra vem a Catavento com a delicada Quebra-alma; do planalto médio, a Los Marias com Todo mundo precisa de alguém; Duca Leindecker que com seu Triângulo apresenta todos os dons que a família tem na música; mais uma loucura do Lucas Hanke, literalmente chamada Lou-Cura, eheh; e pra variar aquela boa e velha polêmica: Charles Master e um inusitado feat. com Akeem Music! Um som muito mais Akeem do que Charles e um clip no mínimo estranho, renderam algumas críticas ao fundador do TNT, que ele rebateu de forma simples: não está aí pra agradar ninguém! A gente gostou tanto que não teve dúvidas: vai direto pra nossa coletânea, afinal é Tudo que eu quero ouvir! Rock Gaúcho 2020 é isso, um misto de estilos e sentimentos!

TRACK LIST

Escambau - Viagem astral com Júpiter Maçã

Gross - A dança das almas

Eross - Legado

Coração de Búfalo - Coração de Búfalo (Versão Pedro Dubois)

Gaby Ferreira & Banda Polainas - Rewind

Andro Maquenzi - Aqui

Acústicos & Valvulados (feat. Alemão Ronaldo) - Em pouco tempo

Projeto Shaun - Babylon (Porcos & diamantes)

Bordines (feat. Nina Rouge) - Dança

Black Bell Tone (feat. Rodrigo Fischmann) - Não conserve a dor

Blues da Casa Torta - Entre janelas

Cuscobayo - Desafogo

Beto Bruno - Eu só quero cantar junto no refrão

Tequila Baby - Não tenha medo

Os Torto - Estamos juntos

Izmália - Dentro do aquário

Hard Blues Trio - Escuta esse rock

Celeste - Luz

Catavento - Quebra alma

Bella e o Olmo da Bruxa - Tu me trocou por um cara que usa sapatênis

DNZL Cardoso & O Tesão Coletivo - Quando isso passar

Pedro Petracco - Espaço-vídeo

Charles Master & Akeem Music - Tudo o que eu quero ouvir

Duca Leindecker - Triângulo

Deluce - A vida já vem tarde

Wander Wildner - Coração em pólvora

Beto Stone - Sentado, sozinho, olhando

Lucas Hanke - Lou-Cura

Los Marias - Todo mundo precisa de alguém

Fantomáticos - Passado moderno

Baby Budas - Ritmo do algoritmo

Yanto Laitano - Não vou cortar meu cabelo

Garota Verde - Velha atriz

Quem é Você Alice? - Eu copiei essa música

Thedy Corrêa - Boné vermelho

Alexandre Kumpinski - Neve firme

Dingo Bells - Antes de dormir

Rod Krieger - Despertar

Kids For Nothing - Provérbio chinês

Nenung, Juliano Pereira & Luciano Albo - Fé no algoritmo

Os The Darma Lóvers - O santo e o louco

Los 3 Plantados - E ninguém larga a mão de ninguém - Larga não!

A coletânea está disponível em nosso canal do YouTube, em forma de playlist, cada música em um vídeo separado para evitar com que a plataforma faça o que fez com nossas coletâneas anteriores!! Disponibilizamos no Spotify, com todas as músicas agora (a Black Bell Tone disponibilizou a faixa que faltava) e no Mixcloud em arquivo único, pra ti colocar pra rodar e ficar numa boa. Escolhe o que tu mais curte e deixa rolar. Ah! No YouTube ainda é o lugar mais massa pra ouvir, amplie a tua experiência e deixe rodando numa SmartTV, a programação do vídeo com as nuvens passando no céu é de encantar a qualquer um (#modestia, ahahah). Falando em YouTube, já tivemos mais 300 acessos à coletânea em menos de dois meses e aproveita a nos dá uma moral por lá, te inscreve, assiste e curte a abertura que a gente criou pra coletânea (tu pode conferir ela aqui embaixo) com imagens de drone do Julio Couto Imagens e do Stratos Lab, incluindo cenas do videoclip da Marchinha e da revisitada com Irmão Victor e Los Marias, que inclusive usamos de tema musical para este ano. Além da homenagem ao Flávio, o ponto turístico que homenageamos neste ano é o Parque da Redenção. E (ufa!) se tu leu até aqui, muito obrigado por nos acompanhar! E prestigie nossa coletânea que este ano, assim como em todos os outros, foi selecionada com muito carinho!! Obrigado novamente!

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