O Reverendo Rock Gaúcho estreia blog

A música é considerada por vários autores como uma prática cultural e humana. Todas as civilizações conhecidas possuem manifestações musicais próprias. Cantos, sons produzidos pelos mais diferentes instrumentos, danças, etc... a música, também é considerada por muitos como uma manifestação artística. Sendo por vezes considerada sua principal função.

Existem evidências de que a música começou a ser executada ainda no período pré-histórico, talvez o interesse do homem tenha sido despertado ao observar os sons da natureza. Para muitas culturas ela está relacionada à sua própria vida. A expansão musical ao longo do tempo, a fez estar presente em diversas atividades atualmente, não apenas artísticas, como militar, educacional, terapêutica e rituais religiosos, festivos e fúnebres. É praticamente impossível encontrar algum indivíduo que não ouça música, ou que não goste de ouvir música. Ela está presente em nossa vida, desde os momentos tristes até os felizes.

A primeira música gravada, está creditada à Thomas Edison. Antes mesmo de inventar a lâmpada, Edison, criou em 1877, o Fonógrafo. Durante o processo de criação, ele gravou um poema para testar o novo invento. Mais tarde, em 2008, cientistas descobriram uma gravação datada de 1860, dezessete anos antes da invenção de Edison. A tal gravação consistia em uma voz feminina cantando "Au Clair de la Lune", canção tradicional francesa. Pode se ouvir aqui.

Eu desde muito pequeno fui contagiado pela música, primeiramente ouvindo canções no rádio do carro do meu pai e em fitas cassete no radinho a pilha do meu avô. O gosto musical claramente era um espelho do que minhas referências caseiras ouviam. Assim como todo mundo, demoramos para adquirir nossas próprias preferências.

Morar em uma cidade do interior te dificulta, e muito, na questão de descobrir coisas novas. Dependíamos muito da mídia televisiva e radiofônica para ver e ouvir a música atual. Claro, sempre era possível vasculhar as lojas que vendiam CDs e fitas cassete tentando encontrar alguma coisa diferente, ou mesmo, trocar experiências com os colegas de escola, mesmo assim, era muito "na sorte" que descobríamos coisas boas. Criei uma coleção bem legal de fitas cassete, algumas compradas outras gravadas e ganhei meu primeiro CD aos 12 anos. Ainda tenho ele. Não vou dizer qual é. Nem tentem descobrir, ahah.

Lembro quando compramos o primeiro computador para a família. Para minha sorte, a loja que nos vendeu esse computador já tinha adicionado mais de quatro mil músicas nele. Passei um tempão corrigindo nomes, separando pastas e descobrindo coisas novas. O mp3 facilitou demais a criação de uma biblioteca musical variada. Com a troca de mp3 entre os amigos, essa coleção aumentou.

O acesso à internet foi o ganho mais prazeroso. Com a incursão na "grande rede", descobrir artistas e músicas novas se tornou um hábito. A pesquisa musical livre, te permite saber o que se ouve do outro lado do mundo, apenas com um clique. Com o tempo artistas começaram a compartilhar suas músicas e nós aprendemos a baixá-las. Finalmente podíamos construir nosso próprio gosto musical e não apenas digerir o que a mídia te empurrava goela abaixo.

Na época as redes sociais ainda engatinhavam, e foram se tornando populares na medida em que a inclusão digital ia aumentando. O Orkut me apresentou comunidades fantásticas, como a famigerada "Discografias" e a partir dela tantas e tantas outras menores foram criadas. Eu como leitor diário desta e de outras comunidades especializadas em Rock Gaúcho (lembro muito da Comunidade Júpiter Maçã Oficial e da Rockinho Gaúcho), construí um acervo musical bastante interessante. Com o passar do tempo passei a consumir também os shows, os CDs e LPs e acompanhar sites e blogs principalmente sobre a música aqui do sul. 

A intensa imersão no Rock Gaúcho me fez descobrir referências no assunto, radialistas, críticos, agitadores, escritores, contadores de histórias, como Gilmar Eitelwein, Juarez Fonseca, Mauro Borba, Jimi Joe, Kátia Suman, Mutuca, Carlinhos Hartlieb, Fughetti Luz (suei pra conseguir minha cópia do songbook "Fughetti Luz: O Rock Gaúcho", escrito por Eitelwein), e tantos outros caras que "forjaram" aquela cena nos anos 1980, Nei Lisboa, Julio Reny, Edu K, Miranda, Biba Meira, Flu, Castor, Gerbase, Wander, Flávio Basso, Frank Jorge, etc, etc... Sofri (devido à pequena tiragem) para conquistar minha cópia física da "Bíblia": "Gauleses Irredutíveis - Causos e atitudes do rock gaúcho". Fiz uma jornada de leituras obrigatórias, matérias, opiniões, histórias, vídeos e documentários no Youtube, etc, etc... até o TCC desse amigo aqui, foi sobre Rock Gaúcho.

Depois de ter consumido tanto sobre Rock Gaúcho, sentia que precisava retribuir à ele. A primeira ideia foi escrever um livro. Porém, distante da Capital, da efervescência (ainda temos?) do Bairro Bom Fim, ficava difícil escrever algo construtivo, ainda mais depois da obra de arte lançada por  Alisson Ávila, Cristiano Bastos e Eduardo Müller. Quem eu sou pra querer escrever um livro sobre a história do Rock Gaúcho? Se eu fosse ao menos uma pessoa conhecida no meio, mas não sou...

Pensei em criar um site para catalogar as bandas, sua formação, sua discografia, fotos, etc... mas a obscuridade de algumas bandas e a falta de informações precisas me fizeram desistir. Aliás, tem um projeto muito legal rolando, nesse sentido, que é o Relicário do Rock Gaúcho.

Então decidi criar um canal no Youtube. OK, existem vários canais legais, com conteúdo inédito, interessante e coisa e tal, mas fiz mesmo assim. O nome, retirei de uma icônica canção do punk brega, Wander Wildner, "O Reverendo Rock Gaúcho", lançada em 2008 no álbum La Canción Inesperada. A proposta do canal seria postar vídeos (sejam eles inéditos, raros, ou não) de bandas e artistas de Rock Gaúcho. Faixas e CDs completos que não são mais encontrados em lojas. Canções nunca lançadas, garimpadas, perdidas e por aí vai... Matérias, apresentações ao vivo e até programas e trechos de programas criados por aqui.

O blog surge como um complemento do canal, um espaço para abordar assuntos que ficam melhores escritos do que falados. Um local para entrevistas, contar histórias, questionar isso, elogiar aquilo, divagar, apreciar, criticar, ou seja, um espaço para dar vazão à tudo que der vontade, desde que seja sobre Rock Gaúcho. A foto da postagem representa bem o sentimento de euforia do momento... na ocasião: o primeiro show de Júpiter Maçã (eterno ídolo e referência) com Júlio Cascaes e Marcelo Gross na Praia da Ferrugem, em Garopaba/SC, retirada do livro Gauleses Irredutíveis - Causos e atitudes do rock gaúcho.

Não vou fixar meta de postagens, elas irão acontecer naturalmente... então se você chegou até aqui e leu todo esse textão, meu amigo... muito obrigado! Obrigado mesmo por nos acompanhar, curta o nosso canal no Youtube e caso queira entrar em contato, por favor curta a nossa página no Facebook, pode nos enviar uma mensagem por lá!

Viva o Rock! Rock Gaúcho!!

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